Juliana fez com que meu dia fosse mais alegre, logo às primeira
s horas da manhã. Não, Juliana não é uma pessoa. Juliana é o nome da roseira que tenho no jardim. Aliás, todas as minhas plantas têm os nomes de quem me deu. Tenho a roseirinha Renata, a flor-de-maio Tatiane, as onze-horas Bruno, os cactos Luana, a orquídea Mamãe e a roseira Juliana. Rosas lindas, corais, que formam cachos enormes, como buquês de noiva. Juliana está completamente florida.

Ah, as lições que a Natureza nos ensina!! Para que a roseira floresça, é preciso podá-la na época certa. Cortamos os botões velhos, aparamos os galhos e de repente surgem folhinhas novas e dezenas de botões sadios, que se abrem em rosas perfeitas.
Assim também são os hibiscos. Quanto mais arranco as flores, mais floridos amanhecem. Penso que, aprendendo com a Natureza, as perdas são necessárias para nossa renovação. A figueira perde as folhas para se carregar de frutos. Os ipês cobrem de flores seus galhos nus. É preciso arrancar as folhas velhas, os galhos secos, se despojar dos velhos hábitos para ver tudo com novos olhos.
Na "Folha", Marcelo alçando vôo.
Na Unesp, Júlio correndo arás do sonho.
Eu, aqui, tentando por cor em cada ação.
Só assim a vida vale a pena."Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure."
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
(Cecília Meireles)
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