domingo, março 02, 2008

Voltarei a conversar com os gatos.

Saudade é um sentimento estranho, dolorido, asfixiante. Alguém já começou a sentir saudade por antecipação? Talvez por isso hoje eu tenha acordado assim, com um aperto no coração, uma vontade de chorar, querendo que o dia não chegasse ao fim. Mas como não tem jeito, cá estou, já morrendo de saudade do filhote, que pra variar foi almoçar com a namorada.
Lá pela uma da tarde, resolvi ligar pra falar "oi" e agradecer as coxinhas de Bueno de Andrade. Tuuu..tuuu...tuuu... ninguém em casa. O carro parado na casa dos vizinhos me deu a resposta. Aí fiquei mesmo muito mais triste. Diz o ditado que o que os olhos não vêem, o coração não sente. Mas os olhos viram e o coração sentiu. De novo. Mais uma vez. Pela milionésima (bilionésima???) vez. Claro que mais tarde (muito mais tarde), recebi a visita esperada, mas a essa altura do campeonato eu estava completamente sem-graça, chateada mesmo. Não tive assunto, até porque ela quando vem aqui demonstra estar completamente desconfortável, pouco à vontade. Senta na pontinha do sofá, olha tudo com ar de desaprovação, sempre faz um comentário atravessado ou uma crítica qualquer. Tento disfarçar, puxar conversa, mas definitivamente não sou boa nisso. Entreguei a lembrança trazida de São Paulo, ofereci uns limões que havia ganho no sítio e a visita terminou assim. A despedida deixou no ar aquela sensação de "ufa, ainda bem que acabou". O carro só saiu da frente da casa dos vizinhos já no início da noite. Aqui em casa não passou de meia hora. Talvez a meia hora mais longa do dia.
O Júlio, antes de voltar pra cá, passou na Festa do Milho e me trouxe dois potinhos de cuscuz. Ai, que delícia! Salvou o dia. Cuscuz quentinho com pepsi gelada é tudo de bom. Vou sentir falta da companhia dele. Voltarei a conversar com os gatos.

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