
Por alguns anos mantive um diário, daqueles tradicionais, em que eu escrevia todo dia, contando para mim mesma as coisas interessantes (ou não) do meu dia, como eu me sentia a respeito disso ou daquilo. Tenho-os aqui, guardados. Registrei cada dia, cada sentimento. O nascimento dos filhotes da Tatá e da Sissi, jabutizinhos novos, as partidas (e os retornos) do Marcelo, a solidariedade do Júlio, as maluquices da Olga, minhas conversas com Nossa Senhora e os pedidos atendidos...As dores, os choros, as alegrias e diversões, as formaturas, esperança e desespero.
O acidente, a dor da perda, viagens de férias, compras, bilhetinhos carinhosos de alunos. Muitos dias de riso, outros de chuva. É bom escrever um diário e isso teve um papel importante na minha vida: evitou que eu fosse parar num consultório médico e me entupisse de remédios. Isso mesmo, o diário era o meu terapeuta, meu padre confessor, meu amigo secreto a quem pude contar absolutamente tudo o que quisesse sem ouvir sermão ou conselhos.
Ainda sinto necessidade de escrever para mim mesma. Mas esse ano não quis o papel e a caneta. Resolvi que meu "diário" seria on line. É claro que essa escolha, por ser pública, me impõe restrições, não é tudo que se pode escrever aqui. Mas estou gostando.
Meu blog tem a minha cara e não tenho pretensões literárias ou de popularidade. É um pedacinho de mim, com todas as minhas emoções e contradições. Continua sendo meu terapeuta. É aqui que busco o equilíbrio quando as coisas não estão mais cabendo dentro de mim. Mesmo que seja uma alegria boba, como comprar uma jaqueta nova ou uma tristeza imensa, como a perda do Galileu.
Tudo vai ficando aqui. E quando eu reler, embora já seja outra, poderei me encontrar nas páginas escritas. Preciso disso. Nada pior que a sensação de que as páginas da vida ficaram em branco.
Um comentário:
Amiga, corre lá em casa. Tem novidade.
Beijos.
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