domingo, maio 04, 2008

Tudo vai ficando aqui


Por alguns anos mantive um diário, daqueles tradicionais, em que eu escrevia todo dia, contando para mim mesma as coisas interessantes (ou não) do meu dia, como eu me sentia a respeito disso ou daquilo. Tenho-os aqui, guardados. Registrei cada dia, cada sentimento. O nascimento dos filhotes da Tatá e da Sissi, jabutizinhos novos, as partidas (e os retornos) do Marcelo, a solidariedade do Júlio, as maluquices da Olga, minhas conversas com Nossa Senhora e os pedidos atendidos...As dores, os choros, as alegrias e diversões, as formaturas, esperança e desespero.

O acidente, a dor da perda, viagens de férias, compras, bilhetinhos carinhosos de alunos. Muitos dias de riso, outros de chuva. É bom escrever um diário e isso teve um papel importante na minha vida: evitou que eu fosse parar num consultório médico e me entupisse de remédios. Isso mesmo, o diário era o meu terapeuta, meu padre confessor, meu amigo secreto a quem pude contar absolutamente tudo o que quisesse sem ouvir sermão ou conselhos.

Ainda sinto necessidade de escrever para mim mesma. Mas esse ano não quis o papel e a caneta. Resolvi que meu "diário" seria on line. É claro que essa escolha, por ser pública, me impõe restrições, não é tudo que se pode escrever aqui. Mas estou gostando.

Meu blog tem a minha cara e não tenho pretensões literárias ou de popularidade. É um pedacinho de mim, com todas as minhas emoções e contradições. Continua sendo meu terapeuta. É aqui que busco o equilíbrio quando as coisas não estão mais cabendo dentro de mim. Mesmo que seja uma alegria boba, como comprar uma jaqueta nova ou uma tristeza imensa, como a perda do Galileu.

Tudo vai ficando aqui. E quando eu reler, embora já seja outra, poderei me encontrar nas páginas escritas. Preciso disso. Nada pior que a sensação de que as páginas da vida ficaram em branco.

Um comentário:

Sahmany - Sandra Mara disse...

Amiga, corre lá em casa. Tem novidade.
Beijos.