sábado, julho 26, 2008

Liberdade e alto astral

Passar um domingo na Liberdade é uma aventura inesquecível.
A feirinha é uma delícia para os olhos e para o bolso, pois os preços acessíveis permitem que voltemos para casa caregados de bugigangas interessantes. As galerias são verdadeiros labirintos apinhados de gente e de vitrines. Como saber tudo o que há nas lojinhas? Encontramos uma de origamis fantásticos. Lá dentro, a anciã de cabelos brancos e ar sereno dobrava concentradíssima e pacientemente, pedacinhos minúsculos de papel colorido, que uma outra senhora ia unindo para formar peças lindíssimas e perfeitas. Uma preciosidade. Compramos talismãs xintoístas, nos quais um mestre com uma roupa estranha escreveu, em japonês, nossos nomes e desejos de harmonia, saúde e prosperidade. O ar tem o cheiro característico de pastéis e camarão frito. As pessoas tomam uns sucos espessos e coloridos, não sei bem mistura de quais frutas. Todo mundo chupa picolés de melão.
O almoço é outra aventura. Conseguir vaga num restaurante demanda tempo e paciência. Com um pouco de sorte você espera de 15 a 20 minutos para ser chamado. Uma vez lá dentro, ah!! Nem dá vontade de sair! O rodízio é caro, mas come-se a fartar. Por conta da eterna alergia a frutos do mar, tive que optar pela culinária chinesa, enquanto os meninos se deliciavam com os sushis, sashimis, gyoza, temaki, tempurá. Tudo cuidadosamente preparado e caprichosamente decorado. Pedi frango agridoce e harumaki (rolinho primavera). Maravilhoso!! Tentei comer com os hashis, mas ainda não foi dessa vez.
Voltamos para casa cansados, alegres e felizes. Aliás, a alegria é uma característica marcante do bairro. Muito alto astral! É impossível passar uma manhã na Liberdade e não ficar feliz.

Um comentário:

Elaine Siqueira disse...

Na próxima vez que for a um restaurante japonês, leve um prendedor...ajuda a segurar a comida rsrsrsr. Li todos os textos exibidos nesse blog e a-do-rei.Sou adepta dos períodos curtos. Gosto do seu jeito de escrever: simples e profundo. Abaixo ao pedantismo e à verborreia! Como dizia Drummond: "escrever é a arte de cortar palavras".

PS:Você deve gostar do Rubem Alves.