
A felicidade está na lua cheia no céu de inverno. Na xícara de café da casa da mãe. Nas palavras amigas de alguém amigo. Na tv que funciona, na caneta que escreve, na formiguinha que rouba o açúcar e caminha ligeira para sua "casinha", no livro que você leu na adolescência e de repente encontra, esquecido numa caixa. A felicidade é mais concreta que o amor. Na minha opinião, só dois sentimentos são verdadeiramente concretos: a angústia e a felicidade. A primeira porque dói, sufoca,oprime e conseguimos senti-la fisicamente, no corpo. A segunda porque emociona, inunda, transborda e enche o coração de tal forma que também conseguimos senti-la fisicamente.
Alguém vai dizer que o amor também é assim. Não é. O amor depende de alguém pra acontecer. A felicidade não. Ela sai não sei de onde e vai contaminando tudo, iluminando o dia, arrastando consigo tudo o que estiver à frente (e dos lados, e atrás...). E quando se
instala, nunca mais sai. Pode, às vezes, ficar meio sem gás, empoeirada, meio que dormindo. Mas aí basta uma chuvinha, um vento arrevezado, um rainho de sol mais travesso e ela já vai dando o ar da graça, se contorcendo, sacudindo e de repente, sem mais nem menos já virou furacão, tsunami, armagedom. E então, a gente bota os óculos coloridos, começa a cantar e vê que o arco-íris continua ali, só esperando uma brechinha pra invadir o mundo.

Tá, tô feliz. Algum problema?
Um comentário:
eu me sinto assim a maior parte do tempo.
Feliz por nada!
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