domingo, outubro 26, 2008

Com tiro ou sem tiro, essa história não teria um final feliz


Muito calor, como se fosse alto verão. Retirar o ventilador do armário é tarefa obrigatória, o vento sopra quente como no deserto. Não gosto do horário de verão. Biologicamente meu corpo se recusa a acordar quando o relógio desperta, se recusa a almoçar quando o relógio marca meio-dia e se recusa a ir para cama quando o relógio marca 23 horas. Descontrole total por pelo menos quatro semanas. Tenho escrito pouco aqui no blog, muito mais por falta de tempo do que de vontade, ando com muita coisa pra fazer e as horinhas mais folgadas aproveito pra dormir, ando caindo pelas tabelas. Apesar disso tudo, tenho estado feliz. Não há dinheiro que pague a sensação boa de fazer o que se gosta. Ao contrário do que possa parecer, não sou alienada a ponto de ficar fechada no meu mundinho e ignorar as tragédias humanas. O planeta derretendo, a droga se insinuando e destruindo cada vez mais, a violência das cidades, a falta de vergonha e caráter da classe política, a fome na Africa e no Oriente, a injustiça e o preconceito contra as minorias étnicas , religiosas e de orientação sexual, as atrocidades cometidas contra os animais. Sei de tudo isso. Tenho opinião formada e atuo na medida das minhas possibilidades. Mas isso não me impede de ser feliz.

Veja o caso da garota Eloá e o tal Lindemberg. Coisa ridícula, tudo errado do começo ao fim. Garota que começou a namorar com 12 anos, quando deveria estar brincando de boneca e jogando queimada com a turminha da rua. O cara que não admite perder e acha que tem direito de vida e morte sobre as pessoas. Deu no que deu. Agora ficam aí falando da ação da polícia, se houve tiro, não houve tiro. Coisa mais ridícula. Com tiro ou sem tiro, já eram 100 horas de sequestro, a polícia teve é paciência demais. Por que o talzinho especialista da SWAT não foi lá, pra ajudar a negociar? Porque os tais peritos em escuta não foram lá pra ajudar a escutar? Porque o sr. Arnaldo Jabor não foi lá, pra se oferecer como "moeda de troca" ou "garantia", pra que o doido soltasse as garotas? Agora é fácil ficar criticando a ação da polícia, mas na hora do vamos ver ninguém tava lá pra ajudar. O sujeitinho bateu na garota o tempo todo! Doido? Desequilibrado passional? Tadinho dele!! Tão apaixonado! Porque ele não se matou, como era o esperado num caso de um descontrole tão extremo? Tempo e bala sobrando ele teve. Covarde. A polícia não tem que ser questionada ou responder por isso. A mídia nem deveria estar preocupada com isso. Deveriam sim, estar escancarando pro público toda a violência e maldade que o cara cometeu. E esparramando por aí tudo o que ele vai ter que amargar na cadeia. Porque do jeito que a coisa está, qualquer sujeitinho metido a macho vai se achar no direito de fazer o que ele fez e posar de vítima das circunstâncias.
Sou absolutamente contra a violência seja da parte de quem for e acho que ninguém tem o direito (seja polícia ou bandido) de ferir a integridade física da outra pessoa. Mas nesse caso específico, é preciso não perder o foco: o Lindemberg não é a vítima. Ele é sim, o algoz, o culpado, o cara que, premeditadamente, sequestrou, espancou e assassinou uma garota de 15 anos.
A polícia fez o que pôde, o que sabia, o que achou certo naquele momento. Com tiro ou sem tiro, essa história, que já começou errada, não teria um final feliz, qualquer que fosse o desfecho. Uma pena.

Um comentário:

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Muito triste casos assim...

Estamos vindo aqui dar um alô de que a blogagem da Adocao comeca na Segunda-feira e termina no Sábado.

Escolhe por favor um dia para postar o seu texto e nos avise por favor.

Um abraco do Dacio
http://casadefestas.blogspot.com/

e da Georgia
http://blog-blogagem.blogspot.com/

um abracao