Acho que as mães deveriam ser octópodes. Nós, professores, também. Só mesmo tendo oito braços para dar conta de tudo...
Li em algum lugar (deve ter sido em um desses e-mails cheios de filosofia): Quanto menos tempo eu tenho, mais coisas consigo fazer. Pior é que é verdade. E é aí que mora o embrião do stress.
Como estar em dois lugares ao mesmo tempo? Como conciliar todas as tarefas e desempenhá-las corretamente? Tá, eu sei que no fim tudo vai dar certo, mas até lá a cabeça da gente ferve. Não vejo a hora de aposentar e não ter nada pra fazer. Não vejo a hora de que chegue logo o próximo ano e tudo recomece. Viver nesse eterno paradoxo é o que me move para frente, por isso não paro, assumo mil tarefas, desejo que o dia tenha quarenta e oito horas, que a semana tenha dez dias, que toda quarta-feira seja feriado e que eu acorde com oito braços e duas cabeças ou que, no mínimo, possa enviar meu clone para uma das reuniões.
O computador já virou extensão da minha memória, que é essencialmente escrita. Mas, ao contrário do que possa parecer, não sou uma workaholic nem tenho síndrome de burnout, já que nos fins de semana literalmente chuto o balde e esqueço que o trabalho existe. Adoro os feriados e não trabalho meesmo. Por isso estou sempre sobrecarregada durante a semana. Mas os fins de semana...ah, esses são sagrados. E para os fins de semana, oito braços e duas cabeças seriam excelentes para dar conta das tarefas mais difíceis: afagar os gatos, comer guloseimas, operar o controle remoto, ler e assistir filmes... =D
Hoje, para nossa (quase) surpresa, veio o e-mail decretando a sexta como facultativo. In-crí-vel!!! Jamais pensei que ele fosse assinar, já que seu divertimento favorito é aborrecer os servidores (que ele declaradamente detesta). Esse foi um verdadeiro milagre, que eu sabiamente aproveitarei. Afinal, não tenho oito braços nem duas cabeças. Sou sim, igualzinha a todo mundo, uma simples mortal que só precisa praticar um pouco mais a arte de dizer "não".
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