Então chegou o Natal.Compras, poucas, somente o essencial, já que meu dinheiro é literalmente virtual, mas a gente sempre dá um jeitinho, prá entrar no clima. A ceia, como sempre, na casa da minha irmã, e como meus dotes culinários são questionáveis, me incumbem da árdua tarefa de levar as frutas.Bem...nem isso acerto muito, não sei a diferença de um abacaxi pérola para um havaí e se nas bancas não tiver plaquinhas, corro o risco de colocar ameixas e nectarinas num mesmo saquinho. Mas, com um pouco de paciência e 30 reais consegui um bom arranjo de frutas, embora o abacaxi acho que só vai ser cortado pro ano novo, disseram que está verde, embora o cara que vendeu tenha me garantido que estava "no ponto".
Bem, depois de muito empacota aqui, dá um laço ali, cadê a ponta do durex, CADÊ O DUREX?? conseguimos chegar lá antes da meia noite e a tempo de aguentar um meio-sobrinho de 8 anos metido a adulto e mais chato que documentário sobre dinossauros.
Hora de saborear todas aquelas comidinhas gostosas que os membros da família(menos eu, claro)prepararam, a tradicional troca de elogios "sua maionese é perfeita", "seu pernil é inesquecível", "essa torta de nozes está maravilhosa" e "pena que o abacaxi está verde"...um abre o champanhe, os outros bebem, ninguém se lembra de rezar e muito menos de agradecer, mas tudo bem.
A troca de presentes é aquela festa, meus sobrinhos sempre ganham de um tio, camisetas que não servem, o garoto chato abre duzias de brinquedos e acha pouco, e por aí vai. Ganhei um cinto legal e um conjunto de calcinha e sutiã bem bonitos. EPA! Tá faltando um presente...OW! Cadê meu presente? Ah, vou dar junto com o de aniversário!
A noite acabou ali. Nada. Nem um alfinete. Nem um grampo de cabelo. Nem um bombom. NADA. Ele simplesmente não se importou. Não se deu ao trabalho de se preocupar...Nada.Pela primeira vez eu não recebi o presentinho surpresa, comprado com carinho, escondido com cuidado pra eu não achar. Acabou o natal. Acabaram as minhas esperanças. Ficou só uma grande mágoa, uma tristeza profunda por perceber que definitivamente eu não represento absolutamente nada. Ou melhor, como diz a Olga, sou invisível, inaudível e insignificante.
Bem, depois de muito empacota aqui, dá um laço ali, cadê a ponta do durex, CADÊ O DUREX?? conseguimos chegar lá antes da meia noite e a tempo de aguentar um meio-sobrinho de 8 anos metido a adulto e mais chato que documentário sobre dinossauros.
Hora de saborear todas aquelas comidinhas gostosas que os membros da família(menos eu, claro)prepararam, a tradicional troca de elogios "sua maionese é perfeita", "seu pernil é inesquecível", "essa torta de nozes está maravilhosa" e "pena que o abacaxi está verde"...um abre o champanhe, os outros bebem, ninguém se lembra de rezar e muito menos de agradecer, mas tudo bem.
A troca de presentes é aquela festa, meus sobrinhos sempre ganham de um tio, camisetas que não servem, o garoto chato abre duzias de brinquedos e acha pouco, e por aí vai. Ganhei um cinto legal e um conjunto de calcinha e sutiã bem bonitos. EPA! Tá faltando um presente...OW! Cadê meu presente? Ah, vou dar junto com o de aniversário!
A noite acabou ali. Nada. Nem um alfinete. Nem um grampo de cabelo. Nem um bombom. NADA. Ele simplesmente não se importou. Não se deu ao trabalho de se preocupar...Nada.Pela primeira vez eu não recebi o presentinho surpresa, comprado com carinho, escondido com cuidado pra eu não achar. Acabou o natal. Acabaram as minhas esperanças. Ficou só uma grande mágoa, uma tristeza profunda por perceber que definitivamente eu não represento absolutamente nada. Ou melhor, como diz a Olga, sou invisível, inaudível e insignificante.
Não, não é o presente que importa. Importa o gesto, a atenção, o carinho, o cuidado. A indiferença foi o que mais doeu.
Fica a pergunta: em que momento da vida a meiguice, a pureza de espírito se perdeu? Em que momento a frieza dominou um coração que sempre foi bom? Os olhos às vezes deixam transparecer a alegria de menino, mas esses momentos estão cada vez mais raros...vai chegar o dia em que nunca mais uma lágrima verterá, nada mais poderá comovê-lo. Eu perdi essa batalha, perdi essa guerra. Perdi.
Lembro da história de Ingrid, a menina que pisou num pão e da Pequena vendedora de fósforos.
Histórias. As pessoas hoje não se comovem mais com histórias. As pessoas hoje não se comovem com mais nada.
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