domingo, janeiro 27, 2008

Enfim, acabou!

Foi com verdadeiro pânico que vi o sábado chegar. Quando começou o movimento na casa ao lado, meu estômago começou a dar voltas. Lá pelas 11 e meia da manhã a campainha tocou e eu me senti como os condenados quando recebem a notícia que chegou a hora da execução. Entrei em parafuso e com grande sacrifício consegui ir pra lá depois de uma meia hora. Ensaiei um sorriso simpático, mas não consegui ser convincente. A casa fervilhava de gente, que entrava e saía de todos os lados. Eu já não sabia mais quem já tinha cumprimentado, quem aida faltava, QUEM ERA QUEM! Quando pensei que já tinha visto todo mundo, chegam mais carros, mais gente, primos, primas, filhos dos primos, netos, maridos, esposas (Epa! da última vez parece que era outra!). Minhas bochechas doíam de sustentar o sorrisinho simpático, meu estômago doía (primeiro de fome, depois de nervoso), minha cabeça doía com o falatório. Aquele primo chato, que fica toda hora me agarrando, querendo dar beijinhos e apertando meu braço, literalmente grudou em mim e toda hora ficava me chamando. Comecei a perder o controle da situação e não consegui mais sustentar o sorriso simpático. O tempo não passava e eu rezava a cada minuto pra chegar a hora de eu ir pra manicure (que, estrategicamente, eu já havia marcado pra sábado). Meia hora antes, saí disfarçadamente e vim pra casa, pra poder respirar um pouco. Às 4, fui pro salão e achei aquele barulho típico (de conversa, música e secador) uma paz para os meus ouvidos. Demorei lá o máximo que pude, mas uma hora eu tive que voltar, não ia poder ficar na manicure para sempre, hehe. Novo stress: quer chopp? Ah, esqueci...você não gosta... Um pedacim de carneiro? (lect! que horror!) Me diga, e os seus mininss?? (expliquei pela centésima vez...) Ele faz o quê em Sampaulo mess? Oh, Deus!! O que ainda me falta?
Ha!! Eu nem fazia idéia do que vinha pela frente! Lá pelas 10 da noite, todo mundo (menos eu) de latão cheio, começaram a ditribuir máscaras, perucas, fantasias, pintar cabelo com spray e aquilo virou um grande carnaval. A essa altura meu pânico foi ao limite e minha vontade era sair correndo pra casa e trancar a porta. Mas fiquei. Novo stress (de novo!!!): Põe a máscara! Não, obrigada, não quero. Posso pintar seu cabelo? Não, de jeito nenhum. Deixa, vai. Não quero. Ela tem alergia. Odeio isso, quero ir embora! Desse jeito você fica antipatizada. Dane-se. Cara de desaprovação.
O tal primo volta à carga. A essa altura, trêbado. Que raiva. (Por que não vai apertar a mulher do sobrinho ou do irmão? Sai do meu pé!) A mulher dele me olha torto. Ele fala prá elaTá com ciúme, benzim? Claro que não! Confess, cê tem ciúme de mim. E continuava se debruçando em cima de mim, me apertando. GRRRRR!! Aí não deu mais. Parei de tentar ser simpática e o meu sorrizinho se transformou numa fisionomia séria, constrangida, eu estava desconfortável e isso era transparente. Vi que alguém na cozinha começava a lavar a louça. Corri prá lá e me ofereci. Lavei uma pilha imensa de pratos, acho que nem no quartel tem tanta louça. Foi minha salvação. Passei um tempão salva pela pilha de pratos, hehe. Dali a pouco, reaparece a figura: vestido de mulher, com uma sandália que deixava metade do pé pra fora. Ridículo. Detesto gente que bebe e perde a noção da conveniência. Enfim, a noite acabou lá pelas 2 da manhã e eu pude vir pra casa. Ah, paraíso! =)
Mas o dia amanheceu e lá fui eu para o segundo round. Mas dessa vez foi melhor, o "primo" manteve quilômetros de distância e não falou comigo nada além de um "Bom dia" formal. UFA!! Acho que a mulher deve ter lhe arrancado o fígado (se é que ainda tem um), hehe. Menos mal, pude me movimentar mais à vontade. Alguém insinuou um convite pra vir aqui em casa e fiz de conta que não entendi. Ficou chato? Com certeza, chatíssimo, mas eu não ia aguentar comparações, perguntas e olhares tortos a essa altura do campeonato.
Enfim, a última foto coletiva. Junta todo mundo! Mais prá lá um pouquinho! Num falta ninguém?Corre! Pronto!EPA!! FALTOU ALGUÉM! CORRE LÁ TODO MUNDO DE NOVO!
Despedidas, agradecimentos, as crianças corriam no jardim da vizinha da frente e o filhinho da filha da prima fez xixi ali mesmo. Ninguém merece!!! =:o
ADEUS! ADEUS! Voltem sempre! (sempre??? tô fora!)
Efim, acabou. É muito bom voltar pra casa e ficar quietinha aqui. Tá, sou anti-social? Não, não sou. Gosto de conversar, de cantar, brincar, dançar. Mas não gosto de me sentir pressionada, constrangida, observada. Não gosto dos comentários depois. Não gosto. Dá pra deixar eu ser do jeito que sou? u_u

Um comentário:

Sahmany - Sandra Mara disse...

Taí uma pergunta que eu sempre me faço: dá pra deixar eu ser do jeito que sou?
O engraçado é que a maioria das pessoas acha que tem o direito de nos impor coisas (principalmente parentes), e eles podem ser do jeito que são, mas não nos aceitam como somos. Essa situação que vc descreveu ali tb aconteceu comigo, mas eu não aguentei não. Chutei pra cima e voltei rapidinho pra casa.
Abraço pra vc.
Vai lá em casa uma horinha dessas me visitar vai!