domingo, julho 13, 2008

Feijoada, amor e gratidão

Hoje foi dia de feijoada nos vizinhos. Milagrosamente, a família do Aurélio aceitou o convite e estavam todos lá. Apesar do stress da Magali, ele estava muito feliz. E só por isso, fiquei feliz também. Gosto dele pra caramba, é o irmão que não tive. Nunca, nunquinha tive do que me queixar. Ele sempre me tratou muito bem e todas as vezes que gritei por socorro ele me acudiu, nunca reclamou. Tirando os pais e os filhos, acho que quem mais sofreu com a morte do Cezar foi ele. Se tratavam por "irmão" e eram companheiros de copo, de prosa e de pesca. Ontem eu perguntei pra Magali se ele ainda pescava, queria muito dar umas coisas do Cezar pra ele, antes de entregar praquela uma.
Mas ele não pesca mais. Perdeu o companheiro. Perdeu o amigo. Perdeu o irmão.
Hoje, vendo a alegria dele junto com o irmão verdadeiro, pensei no quanto ele deve se sentir só. Ele estava feliz, orgulhoso da feijoada (ótima, por sinal), alegre porque a família que estava à mesa era a dele. Dizem que cunhado, se fosse bom , começava com outra sílaba. Nem sempre isso é verdade. Adoro ele, como se fosse meu irmão. Admiro sua força, sua coragem e sobretudo sua paciência e dedicação à família. Defeitos todos nós temos, mas nesse caso, acho que as qualidades superam. Ele talvez não saiba (até porque eu nunca disse), mas sou eternamente grata a ele por tudo o que fez por mim e pelos meninos até hoje. Sou grata pela amizade que dedicou ao Cezar. Sou grata pela gentileza com que me recebe e sempre me recebeu em sua casa. Sou grata pela imparcialidade, desprendimento e atenção que dispensa a mim, aos meninos e à minha mãe. Sou grata a ele por amar a minha irmã e ter segurado as pontas mesmo quando o mundo parecia ter caído sobre todas as cabeças. Aurélio significa de ouro. Não poderia haver nome melhor pra ele. Aurélio. De ouro.

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