

Mania não, febre. Ou moda, modismo. Já vi a febre dos iô-iôs, pião, cubo mágico, tamagoshi, Mug (será que alguém se lembra dele?) e por aí vai. Terê-tê-tê aparece uma "nova mania" que enlouquece todo mundo e inferniza a vida dos pais. Agora é um tal de pular corda a toda hora e em qualquer lugar. Vale tudo, de técnicas mirabolantes ao clássico "salada, saladinha". Bem, antes isso do que as já fora de moda coleções de marca de cigarro. Pelo menos pular corda é um hábito saudável.
Nunca consegui aprender a pular corda. Atividade complexa demais para a minha tão deficiente e mal formada coordenação motora global. Sempre fui aquela que levanta o braço esquerdo quando todos erguem o direito e vice-versa. Coordenar braços, pernas, pés, jogo de corpo e ainda por cima cantar as parlendas no ritmo certo é uma tarefa altamente sofisticada e eu não dou pra coisa. Também nunca consegui rodar bambolê ou andar de bicicleta. Houve um tempo em que arrisquei aulas de aeróbica, mas era um fiasco, eu ficava completamente perdida.
Hoje não me preocupo mais em ser como a maoiria. Não tenho cachorro, não faço dieta, não uso chapinha. Mas confesso que tenho cá as minhas manias...
Agora (re)descobri o origami. Pronto! Virou mania. Não posso ver um papelzinho desocupado que logo ele se transforma num tsuru, numa cobrinha, num balão-almofada. Relembrei (e reaprendi) as antigas, já esquecidas e estou pesquisando novas formas. Ensinei para os alunos, virou mania na classe.

Enquanto a jurássica matricial imprime as provas u-ma-de-ca-da-vez, vou navegando e me aperfeiçoando na arte de dobrar papel. Claro que estou a anos-luz de me considerar uma origamista, mas tem sido divertido decifrar os diagramas e ver o papel tomar forma e criar vida por meio de simples dobras.
E assim vou passando o tempo: dobrando papel, driblando o silêncio, enchendo de formas brancas a mesa à minha frente.
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