quarta-feira, fevereiro 11, 2009

De repente, não mais que de repente...

Foi com a cabeça girando que desliguei o celular, ainda sem compreender direito o que tinha acontecido. Não pode ser, não pode ser, pulsava meu cérebro completamente atordoado com a notícia. Mas era verdade. Logo a notícia se espalhou pela cidade, que agora se aglomera na frente da sua casa, numa tentativa mórbida e cruel de ver a cena terrível da minha amiga morta com um tiro, no banheiro. Não pode ser, não pode ser. Mas é verdade. Tão bonita, rica, centrada, pessoa ótima, filhos lindos, tudo parecia certo aos olhos de todos. Mas o que lhe ia na alma, quem saberá? Os verdadeiros motivos dessa loucura se perderam com ela, jamais saberemos. Não pode ser, não pode ser!! Mas está consumado. Não teria pensado nos filhos, tão lindos e jovens...?Não teria pensado nos pais, tão velhinhos e frágeis...?Não teria sequer pensado que, por pior que fosse a situação, o dia amanheceria sorrindo? Não, talvez não tivesse conseguido pensar em nada, apenas aquela idéia fixa de abandonar o barco, fechar o livro, jogar a toalha. Há algum tempo não nos víamos.Vida corrida de todos, trabalho, trabalho, trabalho, pouco tempo para reunir as antigas amigas, rir muito, relembrar os tempos de adolescência, os piqueniques na fazenda, à beira da lagoa, em que cozinhávamos no sol e voltávamos para casa como camarões. "Vamos combinar um dia"...mas agora não há mais tempo, você se foi, Regina. Amanhã irei vê-la para o último adeus. Hoje não, não consigo. Não consigo sequer chorar, tamanho o espanto. Mas vou fazer uma oração, para que Deus a receba com carinho, pois só Ele pode saber o porquê desse final. Quanto a nós, só nos restam as lembranças e a saudade. Para sempre.

Nenhum comentário: